Chico é da Silva, é do Amazonas!

09/02/2014 00:30

Nascido em Parintins, o cantor e compositor Francisco Ferreira da Silva, conhecido no Brasil inteiro como Chico da Silva, é considerado um dos maiores músicos brasileiros e tem um currículo que impressiona. Compôs músicas para Alcione e também trabalhou com nomes do porte de Martinho da Vila. O compositor e cantor,começou sua longa e bem sucedida carreira em meados dos anos 80 e desde então seu samba verdadeiro e melodioso encantou gerações e conquistou inúmeros fãs. Iniciou sua carreira em um grupo chamado "Os amigos do som",formado por Agnaldo do Samba, Mariolindo, Saci da Aparecida, Lúcio Bahia, Manoel Batera & Cia. 

Em 1966 foi para São Paulo para dar continuidade aos estudos e tentar uma vida profissional que pudesse lhe dar uma vida tranquila, porém a música foi mais forte e quando se deu conta estava cantando em programas de calouros como o do Chacrinha, do Sílvio Santos e etc.

Uma vez Chico contou como surgiu uma de suas principais composições, a música "Pandeiro é meu nome". Segundo Chico, "Pandeiro é meu nome" é inspirado na música "O surdo" de autoria do Paulinho Rezende. " Ao ouvir o trecho da música na qual diz assim: 

"Amigo, que ironia desta vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar
Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói"

E então Chico pensou, o surdo quase não apanha, quem apanha muito é o pobre do pandeiro. Baseado nisso, Chico se juntou com Venâncio (compositor da canção "Último pau de arara") e compuseram essa canção, que foi regravada por muitos artistas consagrados como a Alcione.

 

                       

Em 1977 a cantora Alcione lançou o LP "Pra que chorar", disco que chegou à marca de 400 mil cópias vendidas, graças ao sucesso do samba "Pandeiro é meu nome", de Chico da Silva e Venâncio. Neste mesmo ano Chico da Silva foi contratado pela PolyGram e lançou o disco "Samba: quem sabe diz..."  ( Afinal, samba não se canta, se diz) no qual regravou seu primeiro sucesso nacional, o samba "Pandeiro é meu nome". No disco foram incluídas as composições que também fizeram sucesso como  "O Barba Azul" (com Venâncio),  "Lamento de bamba" (com Antônio Tibério), e "No terreiro de Ossanha", de Túlio Ricardo. A faixa "Pandeiro é meu nome", na interpretação de Chico da Silva foi incluída na trilha sonora da novela "Sem Lenço, Sem Documento", da Rede Globo, que marcou a estréia de Bruna Lombardi na emissora (horário da 19:00 horas). Na trilha também constavam Moraes Moreira, Wando, Dudu França, Caetano Veloso, Peninha, Tim Maia, Placa Luminosa, Luiz Gonzaga, Vera de Campos, Lady Zu, Betinho e Márcio Lott.
                   
Em 1978 Alcione incluiria em seu disco "Alerta Geral" mais uma composição de Chico da Silva, desta vez o samba "Sufoco", em parceria com Antonio José. Neste mesmo ano lançou o LP "Samba também é vida". No ano seguinte, em 1979, lançou o LP "Tudo mudou" do qual despontou mais um sucesso nacional, o samba "É preciso muito amor", de Noca da Portela e Tião da Miracema. Também foram incluídas no disco várias composições de sua autoria, entre elas "Tanto amar" (com Antônio José). No disco interpretou outros compositores, entre os quais Sidney da Conceição (Velho Estácio), Paulo Debétio e Carlos Colla (Desejos) e Black Wilson em parceria com Venâncio na faixa (Pão, banana e gafieira).

                      
No ano de 1980, mantendo a regularidade de um disco por ano na mesma gravadora, lançou o LP "Sonhos de menino", no qual interpretou de sua autoria algumas faixas como "Deus menino" (com Paulo Debétio), "Festa da ribeira" (Arandas Júnior). A faixa "Sonhos de amanhã" (c/ Antônio José) contou com a participação especial do grupo As Chiquitas. No ano posterior gravou o disco "Os afazeres" que contou com arranjos de Roberto Menescal, Maestro Ivan Paulo e Aécio Flávio. Além da faixa-título "Os afazeres", de sua autoria, também interpretou outras músicas de sucesso como "Tempo bom" (Moisés e João Paulo), "Me leva contigo" (com Antônio José) e "Cantiga de Parintins, em parceria com Freddy.

                       

Em 1982, ainda pela gravadora PolyGram, lançou mais um disco, desta vez o LP "Samba na casa nossa", no qual incluiu, entre outras, as faixas "Na casa nossa" (Chico da Silva), "A lenda dos Setes Mares do Amor" (Paulo Debétio e Paulinho Rezende), "Sangue de guerreiros" (Dutra e Nélson) - essa é muito boa por sinal- e "Açucena" (Chico da Silva).
Em 1983, no disco "Sambaterapia" interpretou "Falso amor sincero" e "Agoniza mas não morre", ambas de autoria de Nélson Sargento; "A louca" (Wilson Moreira e Nei Lopes), também interpretou   "Aquarela amazônica" (com Jara), "Mulher, mulher", "Domingo de Manaus", "Amor de raiz", "O direito do homem" e a faixa-título "Sambaterapia", todas de sua autoria.
Em 1984 lançou o LP "Samba na hora H" e no ano de 1988 o disco "Missão de cantar", ambos pela gravadora PolyGram. Nesse alvo inclusive, Chico trouxe os desconhecidos compositores Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, que até hoje fazem sucesso.
Em 1999 a gravadora PolyGram lançou, pela Série "Minha História" o CD "Chico da Silva - Minha História", no qual foram compilados 14 sucessos de carreira: "Pandeiro é meu nome" (com Venâncio), "Tempo bom tempo bom" (Moisés e João Paulo), "Esquadrão do samba" (c/ Venâncio), "Deus menino" (com Paulo Debétio), "É preciso muito amor" (Noca da Portela e Tião da Miracema), "Me leva contigo" (c/ Antônio da Silva), "Tudo mudou" (com Venâncio), "Festa da Ribeira" (Arandas Júnior), "O Barba Azul" (c/ Venâncio), "Convite a Roberto Carlos", "A solidão inundou a cidade" (Serginho do Vau e Anizio Rocha), "Dinorá" (com Jorge Machado), e "Por trás do pano" (com Venâncio) e Sonhos de amanhã" (com Antonio José).

No ano de 2008 a cantora Luciene Castro lançou em sua homenagem o CD "Luciene Castro canta Chico da Silva". Neste mesmo ano a gravadora Universal Music lançou o CD "A popularidade de Chico da Silva" no qual foram compilados alguns sucessos de carreira. Neste mesmo ano comandava uma roda de samba no espaço "Toca do Morcego" (Rua Picos das Águas com Avenida Djalma Batista) no centro de Manaus. Ainda em 2008, em setembro, participou do evento "O Grande Encontro Waikiru" (waikiru na língua saterê mauê quer dizer 'estrela'), promovido pela Prefeitura de Mauês (AM) e que contou com grandes estrelas do Amazonas como ele próprio, além do cantador Antônio Pereira e do grupo musical mauês Wakiru. Chico também está presente no festival de Parintins, ele começou compondo para o Caprichoso, até que o apresentador do Garantido Paulinho Farias chamou Chico para compor para o Garantido. Nesse ano Chico concorreu contra ele mesmo, com as toadas Boi do Carmo (no Garantido) e Missionário da Luz(no Caprichoso). Depois disso Chico emplacou várias toadas nos dois bois de Parintins. A sua última foi em 2008 sua composição "Até" foi incluída no disco do Boi Garantido, do qual é um dos compositores de toada. 

Chico continua compondo, recentemente lançou uma música especialmente para a Copa do Mundo. Veja abaixo no vídeo:

                   

Ele é da Silva, da Selva, dos Parintintins, do Amazonas e do Brasil. Salve Chico.